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quinta-feira, 14 de abril de 2016

Aula de ikebana

Na segunda-feira passada assisti a uma aula de ikebana.

Esta arte traz consigo princípios espirituais e minimalistas característicos da filosofia oriental.








No Japão este arranjo floral deve ser colocado  na entrada da casa (Tokonoma) para dar as boas vindas.











Na arte ikebana, procura-se retratar o equilíbrio existente no universo, unindo o céu,  a terra  e o homem dentro de um mesmo arranjo que pode ser composto por todas as partes de plantas naturais como ramos, caules, folhas e flores. 





É necessário o uso de um Kensan, que se cola no fundo do recipiente (com a ajuda de uma fita adesiva própria para ikebana, que não se descola com água) para poder sustentar o arranjo. 









Há vários estilos de ikebana:

Moribana- o mais clássico e o que utiliza menos material- o que aprendemos numa aula de iniciação. Pratica-se em recipientes planos chamados suiban.

Nageire- realiza-se em recipientes altos de boca estreita

Rikka- são arranjos florais muito grandes, ricos em materiais

Shoka caracteriza-se pela colocação em linha dos talos, que vistos de frente parecem um único talo.

Chabana- é essencial durante a cerimónia do chá.

Jiyuka ou estilo Livre- desenvolveu-se depois da Segunda Guerra Mundial e põe mais enfâse na expressão própria de cada pessoa.


As escolas mais procuradas das técnicas de Ikebana são:

Ikenobo. É a mais antiga escola de Ikebana. Foi fundada no século XV por um monge budista Ikenobo Senkei. O estilo rikka é o mais popular nesta escola.

Ohara. É uma escola formada no final do século XIX. O seu estilo principal é o moribana que utiliza um vaso plano . Esta também desenvolveu o estilo livre, chamado jiyuka

Sogetsu. Em 1927, Teshigahara Sofu fundou esta escola. Este foi o momento em que cresceu a propagação do Ikebana em todo o Japão.  Sogetsu instituiu um estilo mais moderno, chamado eibana-zen. 


Para a realização de um arranjo ikebana temos de fazer medições






Se o recipiente tiver 35 cm de largura, a primeira haste tem de ter 70cm, ou seja o dobro da largura ou diâmetro ( no caso de utilizarmos um recipiente redondo) A medida é feita a partir do bordo ( em recipientes fundos, há que adicionar a medida do fundo até ao bordo)




A segunda haste deve ter 52,5 cm, ou seja uma medida e meia da largura do recipiente e a terceira haste deve medir o mesmo que a largura do recipiente (35cm). Depois destes 3 elementos podemos acrescentar acessórios em harmonia com o arranjo.


Quando utilizamos  folhas dobradas, elas  simbolizam o futuro. Todo o material seco simboliza o passado.

O vaso que utilizamos e a água fazem parte da decoração. Não se deve esconder o Kensan.


O meu arranjo num recipiente adequado japonês ficaria mais bonito, mas respeita os principios básicos... 







Este foi o arranjo que gostei mais. Deveria  ter ser colocado numa mesa sem tantos elementos decorativos...

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