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terça-feira, 15 de outubro de 2013

A propósito de Angola


Fortaleza de S. Miguel, Luanda

Não fiquei nada surpreendida ao tomar conhecimento das recentes declarações do presidente de Angola, que se chama José Eduardo dos Santos e está na presidência, desde 1979, portanto há 34 anos, quase tanto tempo como Salazar. Angolanos que conheci tinham atitude idêntica, que me faz lembrar aqueles pobres e complexados novos-ricos, mal agradecidos.



Há que ter muita paciência com estas velhas táticas do senhor eng. Santos, o qual é formado em Baku, ex-república soviética do Azerbeijão, no tempo da União Soviética e aí ter aprendido e cultivado no partido e no estado as táticas comunistas. 

E veio-me à memória as fotografias, que reproduzo da Fortaleza de São Miguel de Luanda. Uma bela fortificação estrategicamente edificada no ano de 1634. Foi a primeira estrutura defensiva permanente construída na bela baía de Luanda. 

O interior da casamata estava revestido com paineis de azulejos, de azulejaria portuguesa do século XVIII, reproduzindo momentos históricos do século XV ao XIX, assim como a fauna e flora de Angola. Infelizmente foram vandalizados pelos angolanos e cubanos, após a independência e permaneciam no estado que se vê na fotografia, em 2006. Aliás, naquele ano, os únicos edifícios dignos visíveis ainda eram do tempo colonial. 

Tem que se mostrar alguma piedade perante um país que teve 13 anos de guerra colonial, finda a qual, em 1974, Angola era uma potência africana próspera e economicamente vibrante. Após 27 anos de guerra civil, entre 1975 e 2002 e 11 anos de paz, constata-se um país rico em recursos naturais, mas de gente muito pobre e que figura entre os mais corruptos de todo o mundo, conforme todas as fontes. Indiscutível, a esmagadora maioria da população de Angola pouco ou nada desfruta da riqueza, já hoje produzida, no país. E Luanda talvez ainda se pareça com os paineis de azulejos, esburacada, suja e agressiva. Assim, em vez de olhar para a sua própria terra… pois é, não admira que o presidente angolano procure uma escapatória e, claro está, a antiga potência colonial dá sempre jeito. Felizmente, Portugal tem quase novecentos anos de História e não são engenheiros formados na terra defunta soviética, que provocarão abalo. Talvez irritante pela tonta arrogância. Porém, trata-se de apenas mais um episódio.


No hotel em Luanda em 2006.

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